quinta-feira, 15 de março de 2012


BMW ameaça não vir para o Brasil
   
 
O aumento de impostos para a importação de carros levou a BMW a ameaçar desistir de abrir uma fábrica no Brasil, o que atrapalha diretamente Santa Catarina, apontada como favorita para receber os investimentos de 350 milhões de euros. O diretor de Produção da montadora alemã, Frank-Peter Arndt, disse ontem que a empresa não vai se instalar no Brasil para ter prejuízo. O secretário do Desenvolvimento do Estado, Paulo Bornhausen, disse que a declaração do executivo faz a situação ficar mais complicada para o Brasil. Lembra que, desde a semana passada, o Ministério da Fazenda anuncia que o decreto sobre o imposto está pronto, mas até agora não há nenhuma novidade. Ele falou que o governador Raimundo Colombo se reuniu várias vezes com o ministro e a presidente Dilma Rousseff e a possibilidade de influência chegou no limite. – Estamos tensos – admitiu. A ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, por não estar inteirada das negociações, preferiu não se pronunciar. Pior para o Estado porque a barreira para a chegada da BMW está na esfera federal. Toda a questão gira em torno do aumento de 30 pontos no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros importados anunciado em setembro do ano passado. A medida acertou em cheio os planos da BMW, que pretendia usar diversos componentes produzidos em outros países. Pelas novas regras, somente veículos com 65% de peças feitas no Mercosul são isentos da cobrança. Mas, uma fábrica recém-instalada não tem condições de produzir com tantos fornecedores locais, garante a Associação Brasileira de Importadores de Veículos (Abeiva). A média de nacionalização, no primeiro ano, é de 15%. No melhor dos cenários, o nível exigido seria atingido somente após quatro anos de operação. A Abeiva ressaltou que o presidente da BMW no Brasil esteve três vezes com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e a presidente Dilma Rousseff. A proposta era flexibilizar a cobrança. Seria estipulado um cronograma de investimentos que, cumprido, isentaria a montadora alemã. O mecanismo serviria também para outras fábricas que querem se instalar no país como Land Rover, Chery, Jac Motors, Suzuki e Brasil Montadora, que produzirá veículos Ssangyong e Changan. A resposta deveria ter ocorrido em dezembro e depois em fevereiro. Segundo a Abeiva, a demora sugere que o governo vai endurecer na negociação.

Fonte: ACAERT

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